Geralmente a minha resposta imediata é: Quanto tempo você tem para me ouvir? Risos.
O primeiro contato na África
Em meados de agosto de 2015, estava eu no meio de meu intercâmbio na Irlanda, Dublin, trabalhando bastante, estudando inglês, bem tranquilo. Até que um grande amigo, o Marcelo Roma (cidadão ao meu lado na foto abaixo de túnica), me faz aquele convite que não dá para ser ignorado:
— Bora passar uma semana no Marrocos?
Como recusar um convite desse? Não dá, né. Tive alguns problemas para conseguir a semana de folga no trabalho, mas por fim deu tudo certo. Fechamos com o Barak, que foi nosso guia turístico marroquino, e compramos as passagens. Então: Bora pro Marrocos!
No início de Novembro de 2015 partimos então de Dublin com destino ao aeroporto internacional de Marraquexe para, até hoje, a melhor viagem da minha vida.
Fomos em um grupo de aproximadamente 20 pessoas onde existiam pequenos “grupinhos”. Nem sei como essa galera toda se juntou.
Lá fizemos uma roadtrip bem grande, Indo de Marraquexe a Merzouga, que é uma cidade marroquina próxima à fronteira com Argélia. Fomos lá em busca do Deserto do Saara, onde era nosso objetivo maior na viagem: dormir acampando por uma noite no meio do deserto.
Eis que no meio da viagem existia uma loira linda chamada Joice que só andava com seu grupinho de mais dois rapazes e uma moça. Como disse anteriormente, até hoje não sei como eles foram parar nessa viagem também.
Quando os vi sem saber do contexto imaginei serem dois casais, pois eles não se desgrudaram. Logo, apesar de eu estar solteiro na época nem cogitei alguma hipótese de ficar com ela.
Acho que ela até já gostou de mim desde o início ou no mínimo nossas semelhanças estavam já se destacando.
Na foto abaixo sou eu, Joice, o Barak, o Renato e o Marcelo.
O fato é que nos conhecemos lá mas apenas sabíamos um o nome do outro e, por sorte, começamos a nos seguir no Instagram depois da viagem. Sorte mesmo. Risos.
Logo então, a viagem terminou e eu nunca mais a vi, mesmo tendo nós dois morado na mesma cidade por um ano, que foi Dublin. Por sinal, descobrimos que costumávamos a frequentar os mesmos lugares e tínhamos o mesmo pub preferido: The Porter House! No entanto, eu sempre ia na sexta feira e ela não podia ir na sexta por causa de seu trabalho em outro pub.
The Porter House, Dublin, Irlanda
Passadas nossas histórias irlandesas, voltamos ao Brasil, eu em fevereiro de 2016 e ela em outubro do mesmo ano, ela em Jaraguá do Sul, Santa Catarina, e eu em Belo Horizonte, Minas Gerais. Apenas 1300Km de distância, tocando nossas vidas individualmente, tranquilos, sem nem sequer lembrar um da existência do outro.
Mas para quem acredita na Teoria do Caos, um simples “follow” no Instagram pode causar um relacionamento fantástico.
O segundo contato dois anos depois
Em Agosto de 2017 ela postou uma foto em seu Instagram que foi o gatilho perfeito.
É uma foto com o Renato (Mineiro) e o Léo, que coincidentemente foram os dois rapazes que, junto com a Débora, fizeram parte do pequeno grupo em que ela se encontrava no Marrocos e que eu pensava que na época ela namorava um deles.
Daí, inocentemente (juro) comentei na foto que tive saudades deles três no Marrocos. Em seguida ela comentou de volta algo bem positivo mas apagou o que comentou. Eu estava com o celular na mão, vi rapidamente e aquilo me chamou a atenção. Se abrirem a foto, irão ver os comentários.
Em sequência ela fez outro comentário, eu respondi, e ficou assim. Claro que dei aquela conferida em suas fotos do Instagram e me lembrei do tanto que ela é bonita. Não me aguentei, puxei aquele papo no privado pelo Instagram mesmo e começamos a conversar.
O papo dela era tão agradável que não dava vontade de parar de conversar. Sempre positiva, meiga, alegre, madura. Começamos a conversar um dia, depois outro, e outro, etc. Às vezes o dia passava devagar de vontade de chegar a noite para bater papo com ela. E ficávamos tristes por ser uma terça feira 2h da manhã pois precisávamos parar de conversar para dormir, mesmo com a conversa estando tão boa.
Até que ela me manda uma foto dela de bom dia pela primeira vez. Eu simplesmente perdia a noção do tempo olhando para as fotos dela de tão linda.
Eu comecei a ficar extremamente interessado nela, mesmo sabendo que estávamos tão distantes. Inclusive preferi nem comentar com ninguém a respeito com receio de ser desencorajado por outrem.
Uma coisa que tenho aprendido na vida é respeitar a minha própria intuição, e nesse caso minha intuição gritava para eu “apostar” nesse relacionamento doido, e assim eu fiz.
Começamos a nos mandar áudio, fazer ligações e até vídeo chamadas para bater papo e nos ver, isso por uns três meses.
Até que em um certo momento, quando eu já sabia que estava muito interessado nela, fiquei com receio de ela querer apenas minha amizade. Eu já estava bem “alto” de expectativa nesse momento, e esse “tombo” iria me machucar bastante.
Por isso, um dia disse a ela que precisávamos nos encontrar e ela rapidamente respondeu concordando comigo. Logo na sequência já comecei a planejar como, onde e quando iríamos nos encontrar, e fechamos um plano.
Casa do Kelvin, Blumenau, Santa Catarina, 7 de Outubro de 2017, Oktoberfest.
O Kelvin nessa época era apenas um amigo da Ana Flávia que mora em Blumenau. Fomos todos para a casa dele sem nem conhecê-lo, e por fim acabou virando um grande amigo.
Marcamos, nos despedimos e fomos dormir.
Pirar sozinho pra quê?
A minha felicidade era bem grande, mas ela durou pouco mais de um dia, até minha mente dar um “estalo”.
Pensei comigo: o que me garante que ela quer o mesmo que eu? E se eu viajar a Blumenau, chegar lá, tentar um beijo nela e ouvir um “Acho que você está confundindo as coisas, somos apenas amigos”?
Como isso não saía da minha cabeça e eu estava muito longe, não tive outra escolha a não ser perguntar isso diretamente a ela. Melhor né?
Mandei a ela um áudio de 1min e pouco, abrindo o coração, falando abertamente que eu estava gostando muito de conversar com ela, que ela é uma mulher maravilhosa e eu queria muito ficar com ela.
A única coisa que lembro é dela online no Whatsapp, a bolinha do áudio ficar azul (indicando que ela havia começado a ouvir o áudio) e meu coração acelerado. Daí em diante não faço ideia de quanto tempo passou. Acho que foram alguns poucos segundos mas a sensação que tive é que foram horas.
Até que, ela começa a gravar um áudio e comecei a me preparar para aquela cortada clássica, aquele “toco” bem dado, mas esperava que seria algo educado ao menos. Risos.
Até que no áudio ela respondeu com o sorriso mais gostoso que ela estava pensando exatamente a mesma coisa, querendo ficar comigo e morrendo de medo de eu querer só amizade. Por fim ela disse que eu poderia ficar tranquilo que estávamos na mesma página. Amém.
Daí pra frente foi só alegria. Confesso que não conseguia contê-la dentro de mim, eu estava muito feliz.
O primeiro encontro na casa do Kelvin
Comprei as passagens, combinei com a Ana Flávia, minha amiga de Curitiba, e quando deu a data fui para casa dela e de lá esticamos de carro até Blumenau.
Enfim, depois de bastante tempo, encontrei a Joice e foi fantástico. Estávamos meio tímidos um com outro mas ao mesmo tempo super felizes e empolgados de estarmos nos encontrando.
Até que no meio da cozinha da casa do Kelvin surge aquele primeiro beijo meio sem jeito e ao mesmo tempo doce, bem doce.
Isso que eu e ela mal sabíamos quem era o Kelvin.
Fomos à Oktoberfest, bebemos pra ca&*%ho e nos divertimos bastante. Sempre tive vontade de conhecer a festa e não teria uma oportunidade melhor.
O melhor de tudo foi a coragem dela de sair de sua cidade para encontrar um cara que ela conheceu a dois anos atrás numa viagem para o Marrocos e conversou na internet por 3 meses. Além disso, ela foi ainda sem conhecer ninguém da turma que fomos.
Após a Oktoberfest, voltei para casa da Ana em Curitiba pois eu estava em uma semana sabática, até que a Joice me convida para ir visita-la em Jaraguá no feriado de 12 de Outubro. Fui para lá e foi ótimo. Ficamos juntos, conversamos muito e nos divertimos bastante. Lá inclusive ela já me apresentou para alguns amigos.
Namoro no segundo encontro?
Depois que voltei para Belo Horizonte e quando voltamos a conversar, a primeira coisa que nos perguntamos foi quando iríamos nos ver novamente.
Resolvemos que seria no final de semana do dia 25 de Novembro de 2017, em Belo Horizonte, e assim ela fez.
Em BH levei-a ao Inhotim, museu de arte moderna e passamos uma ótima tarde lá.
Eu já estava decidido que iria pedi-la em namoro, mas não conseguia encontrar um momento apropriado. Até que os funcionários do Inhotim informaram que o museu estava fechando e precisávamos caminhar para a saída, pois o Inhotim é gigantesco. E eu sem saber o que ia fazer.
Não ia pedir ela em namoro na saída de um Museu, né? Então tive a brilhante ideia de irmos ver o pôr do sol do Topo do Mundo, que é um restaurante situado ao lado de uma rampa de vôo livre nos arredores de Belo Horizonte, pois paisagem lá é maravilhosa.
E assim eu fiz. Peguei aquele Fiat Uno alugado da Localiza e toquei reto pra lá, torcendo muito para dar tempo de pegar o pôr do sol, pois a tarde já estava no fim.
E deu certo.
Foi fantástico o pôr do sol e ali mesmo começamos a namorar, no Topo do Mundo em Belo Horizonte, dia 25 de Novembro de 2017, aproximadamente às 19:07h. S2
Topo do Mundo, Belo Horizonte, MG
Apesar de eu ter pensado que seria uma surpresa, a danada me fala que já estava esperando por isso. Risos. Acho que sou bem previsível, né? A parte boa é que ela nem relutou em aceitar.
Eis que começamos a namorar e decidimos continuar morando cada um no seu canto, eu em Belo Horizonte, MG, e ela em Jaraguá do Sul, SC.
Morar junto no quinto encontro, é isso mesmo?
Até que, em fevereiro de 2018, recebo uma mensagem em meu LinkedIn de uma recrutadora da Conta Azul, me convidando para um bate papo.
O curioso é que eu não apliquei pra essa vaga assim como não apliquei para vaga nenhuma fora de Belo Horizonte pois, como disse anteriormente, no momento não tinha intenção alguma de sair da capital do meu estado natal.
Mas enfim, conversei com a recrutadora e ela me convidou para o processo seletivo da empresa, que fica situada em Joinville (50km de Jaraguá do Sul). Pensei: por que não, né? Risos.
O processo correu super bem e na terça feira de carnaval me fizeram uma boa proposta. Sim, eles trabalham no carnaval pois não existe carnaval em Joinville. Estranho, né?
Daí então, larguei meu emprego em Belo Horizonte, saí da república em que eu morava, com pesar inclusive pois era fantástico dividir teto com meus amigos Rodolfo e Gustavo Lelis, e fui parar em Joinville.
A coincidência foi tão grande que em dezembro de 2017 Joice tinha começado a trabalhar também em Joinville. Daí, já pensamos logo de cara: por que não juntar os panos? Risos.
E assim fizemos.
E no que deu isso?
Hoje fazemos um ano de namoro e já estamos morando juntos a sete meses.
Honestamente, não tenho do que reclamar, mas só a agradecer, pois o destino foi muito generoso conosco.
Ela cuida de mim, me alegra, me cobra, me acorda para ir a academia com ela (quase) todos os dias às 5:40h da manhã, bate um bom papo, me ensina finanças, troca livros comigo, compra minhas ideias doidas de minimalismo e simplicidade, não se incomoda de eu ter um aparelho de som do tamanho de uma geladeira ou uma bateria dentro de casa, entre várias outras inúmeras coisas boas que ela me traz.
Joice, meu amor, meus parabéns para nosso relacionamento. Te amo muito mais do que tu imagina. 😉
Tenho certeza que esse é só o começo de uma linda história que terá muitas e muitas páginas.
E sobre essa história escrita aqui, acreditem se quiser mas eu resumi bastante ainda. Risos.
Home Sweet Home
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