
No último sábado, dia 30 de maio de 2015, aconteceu o tão esperado show do Foo Fighters e Kaiser Chiefs no Slane Castle, que é localizado no condado de Meath, Irlanda. Recentemente o castelo ficou conhecido por apresentar alguma atrações musicais, como Queen, Bob Dylan, Rolling Stones, Guns N’ Roses, U2, Red Hot Chilli Peppers, Bryan Adams, entre outros. E, como um fã de um bom rock and roll, fui lá só pra não fazer desfeita.
Acordei bem cedo (umas 9h..), montei minha mochila com o kit sobrevivência(*), me encontrei com um casal de amigos e fui embora. Quando já estava no ônibus, recebo uma informação de fonte segura que não era possível entrar com comida ou bebida no castelo. Logo pensei, o que então vou fazer com minhas duas maçãs, uma banana, um punhado de uvas, um pacote de Cookie do Tesco (clássico), uma torta de nacho com carne moída e meio litro de água? Como minha mãe me ensinou desde cedo a não desperdiçar comida, eu comi tudo num intervalo de 40min. E foi uma boa reserva energética para o que vinha a seguir.
E na viagem a paisagem já começou a ajudar o dia. Enfim, a Irlanda é um país muito bonito.
Consegui então realizar a façanha de chegar bem cedo no evento, o que não é muito comun de minha parte, e isso me rendeu ótimos frutos. Resumindo, eu consegui ficar na grade da área V.I.P., do lado de fora, é claro. O que já me deixou muito satisfeito, pois era justamente no fim da passarela que saia do palco. Logo, em algum momento o Dave Grohl ia tocar um violão ali. Até que, alguém surge nos convidando para ir para algum lugar. Eu não entendi o que era, mas entendi que era algo bom, então comecei a correr até descobrir o que era. E sim, os staffs do evento estavam distribuindo pulseiras da área V.I.P. sem qualquer custo adicional. Mais do que depressa peguei a minha pulseira, coloquei em meu braço e corri para o lugar mais perto do palco que pude e fiquei lá até o fim do último show.
Até que, exatamente às 1:59pm começa o primeiro show: The Strypes. Um show que me surpreendeu bastante, inclusive.
A banda é formada por adolescentes irlandeses e, apesar de serem aparentemente umas crianças, fizeram um rock and roll de fazer inveja em muito artista marmanjo. O som deles lembra bastantes as músicas de The Strokes e Artic Monkeys, mas com uma pegada bem irish. Inclusive, em minha opinião foi sem dúvida alguma o terceiro melhor show da noite. Os garotos tem futuro.
Logo após, às 3pm começou a banda Ash, que na minha opinião foi regular, não mais que isso. As músicas são interessantes, mas eles se empolgaram em apenas algumas delas. Principalmente pelo fato de ser logo após o show do The Strypes, em que o Peter O’Hanlon (baxista) deu um show de presença de palco.
Em sequência, foi a vez do Hozier. Minha expectativa para esse show já não estava muito alta, pois não é o tipo de música que eu gostaria de escutar em um festival de rock. No entanto, ao menos a banda demonstrou alta qualidade musical, o que amenizou bastante. Pra quem gosta das músicas, imagino que tenha sido um bom show, apesar de estar fora do contexto naquele dia.
Foram interessantes também algumas músicas em playback que tocaram entre os shows, como por exemplo Proud Mary do Creedence.
Até que o festival realmente começa com o início do show do Kaiser Chiefs. Essa é uma parte que é muito difícil de explicar aqui, mas vou tentar.
Só pra começar, eu já gosto de quase todas as músicas da banda, o que favorece bastante o show, mas isso não dá garantia nenhuma que o show será bom. Eu poderia citar inúmeras bandas que tem ótimas músicas mas não possuem a habilidade de conduzir bem uma plateia de 80 mil pessoas (sim, estavam lá aproximadamente 79 mil 999 pessoas mais eu), o que não foi o caso do Ricky Wilson, vocal do Kaiser Chiefs e muito menos do Dave Grohl, vocal do Foo Fighters.
Resumindo, eu já esperava que o show do Kaiser Chiefs seria bom, mas ele conseguiu se superar. Foi fantástico, excelente. Eles realmente são animados, talentosos, passam uma energia muito bacana para o público. Foi literalmente um espetáculo.
E por fim, a atração mais esperada da noite. Entram no palco Nate Mendel, Taylor Hawkins, Chris Shiflett, Pat Smear e Dave Grohl, e começa então o segundo espetáculo da noite. Novamente, é difícil expressar em palavras a sensação de estar em um show daquele. Realmente, só quem estava lá sabe como foi.
Eles possuem músicas ótimas, se divertem no palco e passam essa energia para frente com muita facilidade. A turnê está baseada no último álbum da banda, o Sonic Highways, que é simplesmente fantástico. Inclusive estou bem interessado em assistir o documentário feito pela própria banda a respeito da composição do mesmo, mas infelizmente ainda não tive essa oportunidade.
Voltando ao show, para variar a chuva caiu com força. E chuva gelada, bem gelada. Imagino que muita gente tenha reclamado da chuva, mas eu fiz o máximo para não importar com isso. Até porque chuva na Irlanda é rotina diária, e a presença da chuva sempre deixa os momentos mais marcantes.
Acho bem bacana quando eles tocam alguns covers durante o show, e dessa vez não faltou. Eles cantaram o clássico do Queen, “Under Pressure”. Eu ouço essa música desde criança, e minha reação lá no show não foi muito diferente disso também. Risos.
Enfim, apesar de no fim do show eu estar completamente esgotado, molhado com frio e com fome, infelizmente o show acabou e começou a saga da volta para casa. Eu paguei o ônibus coletivo daqui que é o Dublin Bus, pois fizeram uma linha especial para o show. Só que, o chão do castelo é todo em terra e grama. Considerando que já estava chovendo bem por um período de umas quatro horas, qual foi o resultado? Barro. Muito barro. Quando fui embora e vi dois rapazes ignorando completamente o fato de sujarem suas roupas e dando cambalhota naquele barro todo debaixo de chuva, confesso que me senti em Viçosa e lá no fundo até bateu uma pequena vontade de pular no meio deles. Mas essa vontade passou bem rápido. Risos. Quem passou por lá vai me entender. Mais risos.
(*) Quando entrei dentro do ônibus na hora de ir embora, eu estava todo molhado e tinham dois garotos irlandeses na minha frente e eles também estava molhados. Daí, começamos a bater um papo e eles ficaram abismados só porque eu tirei uma toalha da minha mochila para enxugar minhas mãos e meu rosto. Estranho eles, né?
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