
Psiquiatra então, é só para maluco mesmo
Já pensou o que as pessoas vão pensar se descobrissem que você foi se consultar com um psicólogo? Provavelmente que você não tá batendo bem das ideias, né? “Risos”.
Imagina o que pensariam se ficassem sabendo que você foi a um psiquiatra?
Bom, é assim que muitas pessoas ainda pensam a respeito de tratamentos psicológicos e psiquiátrico e, o que elas não sabem é que possivelmente elas poderiam ser muito beneficiadas com esse tipo de terapia e tratamento.
O corpo e a mente merecem equilíbrio
Equilíbrio é a palavra.
É notável que hoje existe um grande cuidado com o corpo. A medicina avançou muito nas últimas décadas e, se alguém sente febre, dor de garganta, tontura, dores abdominais, nos membros, etc., faz o quê? Procura um médico, para cuidar da saúde do corpo, o que na minha opinião é ótimo. Acho essencial que tenhamos cuidado com a saúde física.
Por falar nisso, penso ser de suma importância também termos um bom plano de saúde, pois nunca se sabe quando iremos precisar dele.
Mas continuando, alguns gostam (também) de exercícios físicos, esportes, gostam de manter a boa forma, o que é fantástico. É um caminho que sem dúvida alguma todos nós devemos seguir.
Mas a questão é, e a cabeça? E a saúde psicológica? Será que ela está recebendo o mesmo cuidado que o corpo?
De que adianta ter um corpo forte e vigoroso se a mente não estiver forte e saudável também?
“A mas eu nem tenho um corpo forte e vigoroso.”
Então segura essa. É muito mais fácil cuidar do corpo (seja com atividades físicas do dia a dia ou até mesmo enfrentando alguma dificuldade de saúde corporal) quando a mente está forte e saudável.
Isso simplesmente por que… #waitForIt
Nossa mente controla nosso corpo.
Uau! Que revelação. Confesse que jamais descobriria isso se não tivesse lido até aqui. Risos.
Ansiedade: o mal do século
Ansiedade é algo que já me incomodou bastante. Hoje, depois do apoio dos profissionais citados acima e de bastante dedicação para estudar o assunto, eu a considero sob controle. Ao menos por enquanto.
O curioso é que, em torno de 80% das pessoas em que convivo já me relataram algum problema próprio com o excesso de ansiedade. Inclusive, como eu convivo comigo mesmo, me enquadro dentro dos 80%, né. Risos.
Nossa sociedade propicia bastante isso. Em uma outra postagem, opinei um pouco a respeito do que penso sobre excesso de hipóteses que geramos em nosso dia a dia que acabam sendo tratadas como verdades sem sequer confirmarmos suas veracidades. Isso pode ser um dos motivos da mente ficar tão acelerada e agitada a ponto de nos incomodar um bocado.
Esses dias li em um livro que somos a geração do “querer realizar fora de hora”, ou seja, não esperamos o momento certo para ter o que queremos e consequentemente pagamos (muito) mais caro pela vontade antecipada.
Como se não fosse o bastante, basta um pouquinho de baixa na auto estima somada com alguns tropeços na vida e um dia ruim. Liga a TV e se depara com aquela novela onde ter 28 empregados apenas para cuidar do lar de uma família é normal. Daí vem aquela ociosidade em frente ao Facebook e Instagram vendo todas as pessoas super felizes, ricas, bonitas, se divertindo, viajando, bebendo, dançando, etc. E com isso, a conclusão (talvez até inconscientemente) se torna muito óbvia: “eu sou a única pessoa que tem problemas e por isso sou um fracasso”.
E com isso fica a sensação de que a vida de todas as outras pessoas está andando com fluidez, felicidade e serenidade, e apenas a sua estar empacada.
Sem contar quando resolvemos nos comparar com outras pessoas. Aí fodeu.
Tudo isso acima é balela, e das grandes. Falo isso por experiência própria, pois já estive em cada situação descrita acima.
É impossível ver uma foto de uma pessoa feliz e saber qual as dificuldades que ela passou pra chegar ali, ou as que ainda está enfrentando. É impossível ver uma mulher ou um homem em um carro super caro e ter certeza que a vida dela ou dele é realmente maravilhosa e cheio e de riqueza ou se o que na verdade ela ou ele fez foi se endividar muito para gozar de um luxo que mal pode bancar.
Comparar uma pessoa com a outra é como comparar maçã com um martelo: não tem nada a ver. Cada pessoa possui seu próprio ritmo, suas próprias habilidades, qualidades, defeitos, sonhos, etc.
Todas as pessoas nesse mundo tem dias difíceis. Umas mais, outras menos, mas todos temos dias difíceis, e provavelmente esses dias não serão expostos em uma rede social sequer.
Nós não sabemos a cruz que cada um carrega. Por isso, tento não me comparar com ninguém e apenas ser gentil com quem cruza o meu caminho.
E sobre a ansiedade, não necessariamente ela é algo ruim.
Quem não gosta daquela ansiedade para chegar logo o dia de rever o namorado(a) depois de um mês distante? Ou aquela vontade de chegar o dia daquela viagem tão sonhada, rever a família, formatura de faculdade. E aquele friozinho na barriga antes do seu próprio casamento, entrevista de emprego, conhecer o pai da namorada, etc.?
Não acredito que esses exemplos citados sejam problemas, desde que, como tudo na vida, a ansiedade não exista em excesso. Até por que, acho que a vida ia ficar bem chata sem as emoções de situações como as citadas acima.
O Preço da Mídia Gratuita
Quando eu estava escrevendo essa postagem, esta seção começou a ficar tão extensa que resolvi fazer outra postagem exclusiva para o tema. Por isso, deixo aqui a dica para essa leitura que é totalmente relacionada a esse contexto.
Psicólogo x Psiquiatra
Qual dos dois devo procurar?
Bom, não sou especialista do assunto mas sim apenas alguém que já usufruiu do atendimento desses profissionais. Por isso, no meu entendimento o psiquiatra é um médico que se especializou em psiquiatria, ou seja, entende muito bem como seu corpo funciona e pode te receitar remédios para cuidar de problemas que seu corpo venha a ter em consequência de dificuldades psicológicas.
Já o psicólogo é um profissional de psicologia e é focado em estudar e entender a complexa mente humana. Eles não são médicos quando apenas psicólogos, por isso não podem receitar remédios.
Ok, mas na prática o que isso quer dizer?
Psicólogo ou psicologa é aquele profissional que você visitará semanalmente para compartilhar seus pensamentos e ele ou ela te ajudará a compreender e enfrentar seus próprios medos, anseios e quaisquer outras dificuldades que venha a ter relacionado a pensamentos e sentimentos. Além disso, eles podem te ajudar muito a entender e interpretar suas próprias emoções.
Já o psiquiatra deve entrar quando a sua dificuldade psicológica chega num nível de afetar o funcionamento do seu corpo e/ou começar a comprometer atividades rotineiras de seu cotidiano. Exemplo se afetar seu sono, batimentos cardíacos acelerados, medo em excesso, desânimo excessivo, vontade somente de ficar em casa sem fazer nada, sudorese constante, entre vários outros sintomas.
Nesses casos, normalmente o profissional de psiquiatria receita algum remédio (no meu caso foram repositores de serotonina mesmo) para reequilibrar o metabolismo corporal e a pessoa voltar a ter forças para enfrentar as dificuldades que está tendo na vida.
É importante entender a ajuda desses profissionais como um apoio. Apesar de grande, em minha opinião ainda não deixa de ser um apoio, pois quem resolve nossas dificuldades psicológicas somos nós mesmos, e não eles.
Por isso, é essencial que o primeiro passo seja entender dentro de si a necessidade de uma terapia e o quanto isso pode te ajudar a ter uma vida mais leve, mais serena. Na mesma linha de pensamento, o segundo passo deve ser ir de mente aberta, para falar bastante, ouvir com muita atenção e refletir tudo depois.
Sobre a resposta da pergunta acima (Qual dos dois devo procurar?) é:
Depende.
Eles são profissionais que atuam de forma diferentes e muitas vezes complementares. Então, pode ir em qualquer um deles que, se necessário, você será encaminhado para o outro também.
O Perigo Silencioso
Por esse ser muitas vezes um assunto negligenciado, ignorado, o problema pode acabar tomando uma proporção que não gostaríamos.
Um avanço em uma crise de ansiedade, síndrome do pânico, stress elevado, entre outros transtornos sem acompanhamento de um profissional pode vir a se tornar uma depressão, que é considerado o outro mal do século.
Em 2017 a ONU Brasil publicou uma nota que, de acordo com um artigo da Organização Mundial da Saúde (OMS) mais de 300 milhões de pessoas que sofrem com a doença no mundo e que ela já assumiu o posto da maior razão de problemas de saúde e incapacidade no planeta.
Depressão afeta mais de 300 milhões de pessoas e é doença que mais incapacita pacientes, diz OMS
Sem delongas por aqui, mas acreditem: ninguém gostaria de chegar a sentir algo nesse nível.
Dor do Crescimento
Crescer dói.
Você conseguiria entrar no desconforto de se abrir para uma pessoa estranha a respeito daquela situação traumática, cuja qual você não gosta nem de lembrar ou falar, para refletir sobre essa situação que ainda te incomoda tanto hoje?
O ponto é que, provavelmente isso vai ser bem desconfortável, vai doer, principalmente se tivermos que ouvir verdades que não gostaríamos de ouvir.
Mas é aí que está o pulo do gato. É importante criarmos coragem de encarar nossos medos, nossas frustrações, nossos anseios e nossos traumas. Somente assim é possível entendermos que na verdade, não só podemos lidar com eles mas que somos muito maior do que eles.
E uma vez que percebemos isso, é como se tirássemos um elefante das costas.
Já fiz terapia psicológica várias vezes e quase todas as vezes esses profissionais me ajudaram muito a levantar de tombos da vida, desde pequenos até tombos enormes, que me deixaram completamente desnorteado.
Uma das vezes, um psicólogo me disse algo que a princípio fiquei meio receoso, com meu jeito mineiro e desconfiado de ser. Pensei inclusive se ele não estaria falando aquilo apenas pensando em aumentar seu número de pacientes, mas não foi o caso. Foi apenas um preconceito tolo meu, e o que ele me disse hoje me faz total sentido.
“As pessoas normalmente deixam para procurar por psicólogos quando estão muito mal, quase no fundo do poço. Não que seja ruim nos procurar, mas se tivessem vindo antes, quando o problema era pequeno, o tratamento seria muito mais leve, rápido e simples.”
E inclusive mais barato. É como se você sofresse um acidente de carro, estivesse com dores no corpo mas ignorasse as dores e fosse pra casa esperando ficar com dores maiores. Até que as dores se tornassem insuportáveis para daí então você procurar uma atenção médica.
Será que isso faz algum sentido?
E será que o que as outras pessoas pensam sobre eu ou você procurar o equilíbrio entre nosso próprio corpo e mente é tão importante assim?
Hoje tenho certeza de que todos nós podemos ser muito mais fortes emocionalmente e muito mais evoluídos como pessoa, como seres humanos. E um ótimo caminho é contarmos com o apoio desses profissionais que dedicam a vida inteira a estudar somente esse assunto.
Tá, Mas o Que Fazer?
A pergunte é: o que te impede de buscar seu equilíbrio emocional, de buscar entender a si próprio e entender um pouco mais de como nossa cabeça funciona?
Se acha que isso faz sentido para ti e você tem algum plano de saúde, possivelmente seu plano cobre esse tipo de terapia.
E se você não tiver a opção de plano de saúde, sempre existe a opção de pagar de forma particular, quando você mesmo arca com os custos. Se achar caro, coloque numa balança o que vale mais: o seu dinheiro ou sua saúde emocional, paz interior e auto conhecimento. E claro, não deixe de cogitar ter um plano de saúde também.
Outra dica é a prática de Yoga e Meditação que fazem uma diferença enorme no equilíbrio da mente, mas esses dois temas já dariam outra postagem por si só.
Sou muito grato a todos os terapeutas que me ajudaram quando eu precisei. Sem eles, hoje certamente não teria alcançado várias de minhas grandes conquistas.
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Segundo o dicionário da lingua portuguesa Michaelis, normal é o que é regular, conforme a norma, habitual, usual, o padrão, o comum.
E para dizer a verdade, não me considero uma pessoa tão normal assim, e eu gosto disso.
Sofrer é uma questão de escolha, e a vida é muito curta para escolhermos sofrer ao invés de aproveita-la como ela merece ser.
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